“Lula acerta ao cravar que Bolsonaro vai preso se não se reeleger.”
PAU NA MÁQUINA, SERRÃO: “Do alto de sua arrogância e insegurança (pois a má vontade de disputar é tão grande quanto a insegurança de perder a eleição), o pré-candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva fez uma ameaça sombria para seu principal rival e inimigo Jair Messias Bolsonaro (sério candidato à reeleição): “Não adianta desconfiar da urna, o que você tem, na verdade, é medo de perder as eleições e ser preso”.
Pergunta: Deve ser considerado como risco concreto ou ressentimento a declaração de quem ficou 580 dias preso, mesmo que com mordomias na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, sob acusação de corrupção? Certamente traumatizado pela privação da liberdade, Lula não deveria desejar o mesmo para Bolsonaro. Acontece que, como diria o falecido Leonel Brizola, “Lula é um sapo barbudo capaz de tudo, até de pisar no pescoço da mãe para conseguir o que deseja”.
Conseguiu ser solto no dia 8 de novembro de 2019, um dia após o Supremo Tribunal Federal ter considerado a prisão em segunda instância inconstitucional. Também obteve do mesmo STF uma “graça juristocrática”: a recuperação dos direitos políticos com a “descondenação” dos processos na Lava Jato. Lula não foi inocentado, mas reabilitado para fustigar Bolsonaro até uma terceira via aparecer. Como o plano (ainda) não deu certo (e pode nem dar), ele segue cumprindo o sacrifício partidário, fazendo campanha para uma massa ausente, enquanto as pesquisas lhe colocam como “líder”.
Uma dúvida: O risco de prisão para Bolsonaro é real, caso ele não vença Lula (ou, como refletiria, dialeticamente, a Dilma Rousseff, perca a eleição)? Claro que é! Dessa vez, Lula tem alguma razão! Afinal, não se pode subestimar a capacidade da cleptocracia, da juristocracia e da “Gestapo” (o famoso Mecanismo) a serviço das coisas e pessoas erradas no Brasil).
Sem a poderosa caneta (esferográfica) que assina o que vai para o Diário Oficial da União, fora da “cadeira elétrica” (ou trono) do Palácio do Planalto e despejado do Palácio da Alvorada, sem nenhum mandato e foro privilegiado, Bolsonaro se transforma em um reles mortal, um alvo fácil dos inimigos que não engolem a primeira eleição milagrosa e que prometem fazer o diabo para impedir a reeleição (que a cada passo político se torna mais concreta em função do aumento das articulações e apoios, principalmente o popular).
Se ficar fora do poder, Bolsonaro pode acabar processado e preso por qualquer motivo que lhe imputarem. A Justiça é cega, mas a juristocracia enxerga com toda maldade, crueldade e sede de vingança. O establishment não perdoa O establishment não perdoa Bolsonaro, porém pode até ser forçado a suportá-lo, novamente — temporariamente, caso a reeleição se efetive. A prioridade de Bolsonaro não é só continuar no poder. Na eleição de 3 de outubro de 2022, ele só tem a alternativa de conseguir formar uma base parlamentar com melhor qualidade e consistência para lhe dar sustentação política.
Será muito arriscado ser obrigado a repetir acordos com uma turma tão volúvel e volátil quanto o chamado “Centrão” do Congresso Nacional. Junto com a maioria de deputados, Bolsonaro necessita de uma maioria qualitativa e quantitativa de senadores. A maioria esmagadora dos novos 27 eleitos precisa ser de políticos comprometidos com mudanças estruturais e, acima de tudo, coragem para enfrentar o maior problema político brasileiro: recuperar o equilíbrio institucional na relação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Mais especificamente, a missão mais espinhosa é contar com uma tropa expressiva de senadores que seja capaz de conter ou neutralizar os excessos de autoridade cometidos por membros do Supremo Tribunal Federal. A missão é (quase) impossível. E Tom Cruise não é candidato…
(Jorge Serrão é jornalista, professor e flamenguista. Editor-chefe do FINADO blog ALERTA TOTAL é hoje comentarista do programa 3 em 1 da Jovem Pan).
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