“Uma das características mais marcantes da corrupção se observa na retórica dos encrencados. Para denunciados, réus e cúmplices, o problema não é a proliferação da ladroagem, mas o excesso de investigação. Num instante em que o Supremo Tribunal Federal esquarteja a Lava Jato, Arthur Lira, o réu que preside a Câmara, sentiu-se à vontade para espinafrar o Ministério Público.
Na opinião de Lira, alguns procuradores exageram no exercício da atribuição constitucional de procurar. “Penso que saímos de uma ditadura militar para uma ditadura do Ministério Público”, disse Lira numa videoconferência. “Isso precisa ser revisto urgentemente…” Até outro dia, Lira operava à sombra.
Foi se achegando aos holofotes à medida que a Lava Jato definhava. Dedica-se agora a articular a suavização de leis que favoreçam a punição de corruptos —da Lei de Improbidade à Lei da Ficha Limpa, passando pela lei que impulsionou a delação premiada. Também presente à videoconferência, o ministro Gilmar Mendes, adepto no Supremo da política de celas abertas, ecoou o réu da Câmara. Disse que a Lava Jato queria instituir “uma ditadura desenhada por um juiz e alguns promotores”. O deputado e o ministro chutam uma força-tarefa morta usando as mensagens hackeadas dos celulares dos investigadores. Há de tudo nelas, exceto evidências de fabricação de provas.
Nenhuma mensagem teve o condão de apagar as provas colecionadas em seis anos. Continuam na vitrine o assalto à Petrobras, os confortos de Lula bancados por saqueadores, as mochilas de dinheiro enviadas a Aécio Neves, a corridinha do assessor de Michel Temer puxando uma mala de dinheiro pelas ruas de São Paulo, os R$ 51 milhões em dinheiro vivo descobertos num apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima… Continua em pé também o depoimento do engenheiro Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato. Trabalhou por 35 anos na Petrobras. Começou a roubar depois de 27 anos de companhia, no governo Lula. Ele relatou:
“Foi a partir da minha entrada na diretoria por envolvimento com grupos políticos, que usam a oração de São Francisco, que é dando que se recebe…” Paulo Roberto virou diretor de Abastecimento da Petrobras por indicação do partido de Arthur Lira, o PP, campeão no ranking de enrolados no petrolão. O problema não é a reaparição da desfaçatez. A questão é que falta senso do ridículo aos heróis da resistência.” (Texto de Josias de Souza).
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Encerrando com MAJU CHORO LIVRE conforme matéria da Jovem Pan: “apresentadora Maju Coutinho se desculpou no “Jornal Hoje”, da Globo, desta quinta-feira, 18, por ter usado a expressão “o choro é livre” ao falar sobre a necessidade de manter as medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia da Covid-19.
O nome da jornalista foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter após ela falar ao vivo no jornal da última terça-feira, 16: “Os especialistas são unânimes em dizer que essas são medidas indispensáveis para conter a circulação do vírus. O choro é livre, não dá para a gente reclamar, é isso que tem”. O vídeo desse momento passou a circular nas redes sociais e Maju começou a ser criticada por seguidores que acreditam que a jornalista tem essa opinião porque segue trabalhando e recebendo seu salário.”
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