Pedro Valls Feu Rosa, desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, pergunta a pessoas de outas nacionalidades: “No seu país costuma acontecer de a imprensa ser silenciada, ainda que por vias oblíquas?
Que jornais sejam intimidados como consequência de seguidas ações do mundo das leis? Que jornalistas sejam calados por conta de opressão política e econômica exercida sobre os veículos nos quais trabalham? No seu país é normal que pessoas acabem agredidas por suas opiniões, caso não sejam estas “politicamente corretas”? Que o simples ato de se expressar contra conceitos ideológicos seja um exercício de coragem? Que falsas maiorias imponham uma verdadeira “lei do silêncio”? Que alguns exerçam sobre muitos impiedoso patrulhamento ideológico?
No seu país é rotineiro que cidadãos tenham medo de denunciar ilegalidades? De ir ao “mundo das leis”? Que prefiram a omissão por medo de perseguições diversas? Que paguem insuportável preço pelo singelo ato de denunciar o mal de forma cidadã e correta? No seu país é comum que autoridades atuem receosas da vingança dos poderosos? Que investigadores acabem injustamente na condição de investigados? Que alguns interesses corporativos se sobreponham aos da sociedade? Que prerrogativas legais sejam utilizadas para garantir a impunidade mais abjeta? Que reine a hipocrisia mais vil?
No seu país o simples ato de policiar as ruas implica no uso excessivo de uniformes e equipamentos dignos dos mais violentos campos de batalha? Na exposição emblemática de armas de guerra? No uso intenso de camuflagens, siglas e símbolos que remetem a exércitos em combate? No seu país é legal que bairros inteiros sejam palco de não raramente brutais invasões de domicílio praticadas pelo mundo das leis sob a justificativa de “combate ao crime”? Que moradores – incluindo, claro, mulheres, idosos e crianças – permaneçam enfileirados sob a mira de armas de guerra aguardando o final da “operação”?
No seu país faz parte do cotidiano impor à população práticas de fiscalização antes apenas vistas do lado de lá da “Cortina de Ferro”? Submeter pacatos cidadãos a não raramente injustificáveis humilhações e abusos em nome de uma tão perigosa quanto opaca “cultura de segurança”? Se a resposta a todas estas perguntas tiver sido um “sim” fique atento: é possível que sua realidade já seja a de um Estado policial.”
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