De terno e gravata como manda o figurino, com uma sacola nas costas cheia de convites para lançamento do meu E-book UM GRITO CALADO NO AR…
…cheguei na escadaria que dá acesso ao Salão Verde da CÂMARA DOS DEPUTADOS, às 10 horas da manhã e fui informado que a SESSÃO DO PRIMEIRO DE ABRIL DE 2014 era solene em repúdio aos 50 ANOS DO GOLPE MILITAR DE 64 e que o acesso às galerias estava vetado.
Frustrado, decidi esperar o término do “bolodoro” para fazer o meu trabalho e passei a viver a emoção de ver deputados passando pertinho, me cumprimentando como se me conhecesse há muito tempo. Nossa, como são simpáticos! Você encara e é premiado com sorrisinho e um balançar de cabeça que na minha concepção quer dizer: e aí eleitor otário, tudo bem?
As dez em ponto, a emoção maior! A chegada triunfal do Presidente da Câmara sob os holofotes da imprensa com a qual não falou certamente para não perder a pontualidade e a surpresa do segurança me informando que o acesso tinha sido liberado, não para as galerias, mas para o próprio plenário.
Quase me arrebento com a sacola de 25 quilos na costa subindo as escadas apressadamente, temeroso de que fosse uma pegadinha. Não era! Apelando para os princípios democráticos e constitucionais que repudiam qualquer tipo de censura, o deputado JAIR BOLSONARO tinha exigido que a sessão fosse aberta ao público. Bingo!
O Presidente da Câmara, após execução do hino nacional, abriu a sessão e caiu fora deixando os trabalhos a cargo de um tal de Lembo, acho que é este o nome, que entregou o microfone para Erundina que começou um enfadonho discurso. Nesta hora entrei em ação distribuindo os convites para todos os presentes. Uma baixinha sinistra passou a andar atrás de mim arrebatando o convite de algumas pessoas e rasgando. Mas para o fundo do plenário um coroa me encarou e gritou: TORTURADOR!
Daí em diante passei a distribuir os convites de cinco em cinco colocando nas mesas vazias, muitas! Erundina falando, Bolsonaro encarando ela e eu distribuindo. Quando Erundina estava no final do discurso, surgiu uma faixa na galeria – GRAÇAS AOS MILITARES BRASILIA NÃO É CUBA – e aí começou o tumulto com manifestantes exibindo cartazes e gritando ABAIXO A DITADURA.
Nesta hora tirei paletó e gravata deixando aparecer a camisa que tinha por baixo com o TENHO UMA BOMBA LITERÁRIA e gritando ABAIXO A DITADURA PETISTA subi a escadinha de quatro degraus e distribuí convites para a mesa diretora onde estavam os picões (desculpe Herundina). Quando desci, a baixinha sinistra (a cara da Erundina) partiu para me agredir – que medo – sendo contida por um dos deputados PRESENTES. OBRIGADO EXCELÊNCIA!
Acalmado os ânimos com a retirada das faixas, os trabalhos foram recomeçados, oportunidade em que caí fora para espalhar convites por todo o saguão, restaurante, sala do cafezinho, etc., etc., etc. Meia hora depois, ao ouvir a voz do Bolsonaro, voltei ao plenário a tempo de vê-lo, do púlpito, ironizar alguns deputados e manifestantes que lhe deram as costas seguindo o cortejo fúnebre de Herundina retirando-se do ambiente. Sem outra alternativa, o Presidente da Mesa deu por encerrada a sessão e entreguei vários panfletos para ele (BOLSONARO) que repassou para o filho que o acompanhava.
Ufa! Foram tantas emoções! Resumo da ópera: distribuí os mil convites que levei e à tarde, voltei lá para uma entrevista para a AMAZON SAT – a única que me deu atenção – e retornei para a Selva Amazônica, com a sensação do dever cumprido.
OITO ANOS DEPOIS, considerado SEM FAVOR NENHUM o MAIOR CABO ELEITORAL do hoje PRESIDENTE DA REPÚBLICA, aguardo confirmação de que serei recebido ANTES DAS ELEIÇÕES para entregar-lhe pessoalmente um exemplar do livro ALCKMEMES que desnuda a chapa presidencial mais avacalhada de todos os tempos.
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