“O relatório do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) na Comissão de Reforma Política propõe mecanismo de proteção a políticos investigados por crimes, com o objetivo de blindar o ex-presidente Lula de ser preso, durante a campanha eleitoral de 2018.
A iniciativa amplia a imunidade já prevista, de 15 dias para oito meses antes da eleição, exceto em casos de flagrantes. A alteração atinge o Artigo 236 do Código Eleitoral e foi batizada de “Emenda Lula”. Porque, salvará o ex-presidente Lula, caso o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) mantiver a sentença do juiz federal Sérgio Moro.“ (Diario do Poder).
“Continuará a ser caso a Justiça em segunda instância confirme a decisão do juiz Sérgio Moro que o condenou a nove anos e seis meses de prisão. Então ficará impedido de assumir cargos públicos por sete anos. No caso do tríplex do Guarujá, Lula incorreu em dois crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É réu em mais quatro processos.
Como se o exercício do voto em uma democracia dispensasse a existência da Justiça. Prega o desrespeito às leis uma vez chancelado pelo povo. Se não reconhece que o mensalão existiu, por que admitir os crimes de que o acusam? Mente sem pejo.
Foi vítima do destino ao nascer de mãe analfabeta e de pai mulherengo que a deixou com oito filhos; da seca do Nordeste que o fez embarcar em um pau-de-arara com destino ao sul do país; da miséria na periferia da capital de São Paulo; do torno mecânico que lhe amputou um dedo; da ditadura que o perseguiu; e por fim do preconceito das elites. É inocente dos seus atos. De não ter estudado por alegada falta de tempo; de não ter-se preparado para entrar na vida pública confiando na própria intuição; do seu primeiro governo ter pagado propinas a deputados; de o seu segundo governo ter parido o maior escândalo de corrupção da história do país; de ter elegido um poste que acabou no chão; e de ter construído uma fortuna à base de obséquios. (Ricardo Noblat).
“Como se não bastasse a “Emenda Lula”, o relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) na Comissão de Reforma Política também propõe manter sob sigilo doadores eleitorais de até três salários mínimos. Como comentou Andreza Matais, do Estadão: “Ninguém poderia fiscalizar. Seria impossível saber quem doou para os candidatos até esse valor. O que não falta é fantasma doando.” (O Antagonista).
“Reportagem de Estelita Hass Carazzai e Ana Virgínia Balloussier, na Folha, mostra que os advogados do ex-presidente Lula resolveram apresentar embargos declaratórios ao juiz Sérgio Moro para que ele esclareça pontos que consideram obscuros na sentença que proferiu. Os embargos declaratórios não são propriamente um recurso judicial e sim um pedido de esclarecimento. No Globo, Cleide Carvalho e Ana Paula Ribeiro assinam a matéria sobre o assunto. Os advogados do ex-presidente buscam, sem dúvida, adiar o julgamento definitivo pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre. Caso contrário, recorreriam contra a sentença diretamente ao TRF-4. Buscando ganhar tempo, revelaram tacitamente que não confiam muito na absolvição de Lula, pois se confiassem, seu impulso seria o de abreviar ao máximo o julgamento contra a condenação imposta.“ (Pedro do Coutto).
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“O presidente Michel Temer prepara uma reforma ministerial a fim de desalojar da Esplanada partidos que tenham “traído” o governo, trocando o espaço daqueles que tiveram deputados votando a favor da autorização para que o STF julgue a denúncia contra o peemedebista por representantes de bancadas com expressiva votação por rejeitar a acusação criminal, apurou a Reuters com duas fontes envolvidas diretamente nas negociações. A intenção, segundo um dirigente partidário que participou das conversas, é que a participação dos partidos no governo reflita os resultados das votações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário da Câmara.“ (Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu – MSN /Reuters).
“Mesmo com o Congresso parado por 15 dias para o recesso, o governo não está disposto a dar trégua ao corpo a corpo que tem feito na base aliada para engavetar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Um time será montado para monitorar os votos com que o presidente já conta para enterrar o caso no plenário e partir para cima dos indecisos. Nesse período, benefícios concedidos a “traidores” — os que receberam emendas ou outro afago e votaram contra o governo — serão revistos. Pelo mapa do Palácio do Planalto, há 80 deputados da base que ainda não sabem se votarão contra ou a favor de autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a acusação de que Temer cometeu o crime de corrupção passiva. Esses deputados serão procurados pelo governo e deverão ser recebidos pessoalmente por Temer, que mostrará a disposição do governo em atender a seus pleitos. Essa foi a mesma estratégia usada para conquistar os votos necessários na CCJ: liberação de emendas e cargos.“ (MSN – Agência O Globo).
“ É como se a desfaçatez tivesse virado um vírus que transmite aos políticos uma doença devastadora…. Quem presta atenção se desespera. Há políticos admiráveis em cena. Mas os outros 99,9% dão a eles uma péssima reputação.“ (Josias de Souza).
“A pressão popular parou, não há protestos nas ruas nem panelas sendo batidas. O sociólogo Bruno Borges, professor da Universidade de Brasília (UnB) explica o motivo da apatia. “Em todo o mundo, especialmente nos países ocidentais, há uma onda de negação das instituições e da política como espaço de resolução de conflitos. Essa realidade potencializa a tendência.” Internamente, afirma Bruno, há um sentimento de esgotamento na população.“ (Natália Lambert e Paulo de Tarso Lyra – Correio Braziliense)
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