“Michel Temer perde o seu maior articulador para passar no Congresso a nova meta fiscal. Mais: cria um problema no Senado, onde sua margem no impeachment é estreita.” “As gravações publicadas pela “Folha de S. Paulo” são incandescentes, mas não são as únicas neste mesmo tom que vem por aí. Outras foram feitas. E têm Sérgio Machado, sempre, como um dos interlocutores. O que indica algo óbvio: Machado queria falar muito com seus ex-parceiros e dar corda para que eles falassem. Como Jucá.” (Lauro Jardim).
“Ele disse à Folha de S. Paulo: “Estou muito tranquilo, o que disse ao Sérgio Machado é o que tenho dito aos jornalistas, não tem nenhum tipo de interferência na Lava Jato. É só pegar o contexto da conversa. Tem que separar o que ele disse do que eu digo”. Ele explicou também o que quis dizer com “estancar a sangria” da Lava Jato: “É estancar a sangria da economia, do que está ocorrendo com o país, qual é a vantagem de mudança do governo. A Lava Jato era o âmago do governo, isso tem uma sangria econômica, social, política. A Lava Jato é importante, tem que investigar, mas tem de delimitar”. Nos diálogos gravados por Sérgio Machado, Romero Jucá não confessou nenhuma ilegalidade. Mas eles são um desastre político. Que só pode ser resolvido com sua demissão.” (O Antagonista).
“Romero Jucá (PMDB-RR) sugeriu em conversas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma possível mudança no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” feita pela Operação Lava Jato que investiga ambos. As conversas aconteceram em março. A reportagem é do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira. Os diálogos ocorreram semanas antes da votação pelo impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados e foram gravadas de forma oculta. O aúdio tem mais de uma hora duração e estão em posse da Procuradoria Geral da República (PGR). Em um dos trechos da conversa, Jucá diz ao interlocutor: “Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, em resposta à preocupação expressada por Machado de que sua investigação na Lava Jato saísse do Supremo Tribunal Federal (STF) e fosse parar nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância. O advogado do atual ministro, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse ao jornal que Jucá “jamais pensaria em fazer qualquer interferência” na Lava Jato “porque essa não é a postura dele”. (Veja.com,com Reuters).
“Sobre o STF: JUCÁ – [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca’. Entendeu? Então… Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar. Sobre Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Temer: MACHADO – Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer]. JUCÁ – Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra. MACHADO – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional. JUCÁ – Com o Supremo, com tudo. MACHADO – Com tudo, aí parava tudo. JUCÁ – É. Delimitava onde está, pronto.” (Reinaldo Azevedo).
“O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Romero Jucá, solicitou hoje afastamento de seu cargo, até que sejam esclarecidas as informações divulgadas pela imprensa. Registro o trabalho competente e a dedicação do ministro Jucá no correto diagnóstico de nossa crise financeira e na excepcional formulação de medidas a serem apresentadas, brevemente, para a correção do déficit fiscal e da retomada do crescimento da economia. Conto que Jucá continuará, neste período, auxiliando o Governo Federal no Congresso de forma decisiva, com sua imensa capacidade política.” (Michel Temer em Nota Oficial).
“A essa altura, quem quer que tenha recebido uma ligação de Machado está em pânico e puxando pela memória. Brasília ferve. Consta que Sérgio Machado teria gravado conversas comprometedoras também com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e com José Sarney, ex-senador e ex-presidente da República. A essa altura, quem quer que tenha recebido uma ligação de Machado está em pânico e puxando pela memória.” (Reinaldo Azevedo).
“O secretário-executivo do Planejamento Dyogo Henrique Oliveira, que substitui a partir desta terça-feira o peemedebista Romero Jucá à frente da pasta, é um dos alvos da Operação Zelotes, investigação que apura a existência de um esquema de compra de medidas provisórias e benefícios fiscais nos governos Lula e Dilma. Dyogo Oliveira nega ter cometido irregularidades.” (Laryssa Borges – Veja.com).
“O saldo assegurado pela nascimento de um plano econômico consistente e pela morte da diplomacia da canalhice estaria em frangalhos se Romero Jucá fosse dormir ainda ministro. Não porque a turma do quanto pior, melhor conseguiria fôlego para mais algumas horas de gritaria. Esses são um bando de derrotados sem horizontes (e, daqui a pouco, sem emprego nem mesada). Muito mais grave seria a decepção de milhões de brasileiros que já não suportam tanta roubalheira, tanto cinismo, tanta sem-vergonhice.” (Augusto Nunes).
“A tropa de choque de Eduardo Cunha acredita que vai conseguir evitar a cassação do deputado. No lugar dela, negociam uma suspensão do mandato. Para concluir o plano, estão com dois problemas. Um deles é o próprio Cunha, que queria sair do processo somente com uma advertência. O outro é o prazo da suspensão. Enquanto os aliados defendem dois meses, os inimigos de Cunha dizem que, para o plano dar certo, seria preciso uma suspensão que durasse pelo menos até o fim da presidência dele na Casa, em janeiro.” (Severino Motta – Radar On line).
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