A notícia mais importante do dia, ilustrada para fazer "Cócegas no Raciocínio" e fomentar a indignação dos que são contra o PACOEPA - Pacto Corruptônico que Envergonha o País.

“No último confronto antes do segundo turno, presidente falou sobre números positivos da economia e exaltou feitos do governo.”

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Continuando com a análise de Reinaldo Polito publicada às 10h50 do dia 29/10/2022: “O debate na Globo entre os candidatos à presidência, nessa sexta, 28, foi esperado com muita ansiedade. Tanto Lula quanto Jair Bolsonaro se prepararam bem para o confronto. Os dois adversários sabiam que não haveria novidade nos temas discutidos.  Talvez Lula não esperasse ser atacado com a primeira pergunta escolhida por Bolsonaro.

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Tentou escapar uma, duas, três, quatro vezes. Até que chegou o momento em que precisaria dar uma resposta. E como não havia explicação convincente escolheu a pior de todas as saídas. Disse que não era ele quem fazia as peças publicitárias, que tinha tarefas mais importantes com que se preocupar, e que essas ações eram entre o pessoal responsável pela campanha e o público. Foi uma confissão. Ótimo para Bolsonaro, já que não havia tido tempo de informar aos eleitores que se tratava de uma fake news.

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Outra, dizer que o adversário está nervoso ou exaltado, como fez com Ciro Gomes em um dos últimos confrontos. Essas estratégias, todavia, não deram certo. Bolsonaro não se alterou. Continuou como se tudo estivesse normal. Outra tática de Lula é a de pedir que o oponente apresente provas dos números citados. Dessa vez, o presidente foi munido das fontes de onde havia retirado as informações. O petista tentou insistir para que o presidente mostrasse onde estavam os dados. Bolsonaro, como se estivesse surpreso, disse que já havia acabado de apresentá-los.

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E fechou recordando uma frase de Lula: “Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”. Como a campanha do presidente estava proibida de usar essa informação, foi uma boa oportunidade para trazê-la à tona. Nesse debate, o mais importante de toda a disputa, com uma das maiores audiências à disposição dos dois concorrentes, Bolsonaro conseguiu passar as informações que desejava.

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Falou da queda do desemprego, do aumento do PIB, da terceira queda seguida da inflação, com consequência na redução no preço dos alimentos, da energia limpa, da transposição do São Francisco, da negociação dos fertilizantes com a Rússia. A corrupção foi, mais uma vez, um assunto relevante na discussão. O presidente citou os ministros do PT que foram presos em comparação com os seus que se elegeram ao Senado, à Câmara dos Deputados e de alguns que estavam prestes a conquistar o governo dos estados. De novo Lula tocou no desmatamento. Já havia se saído mal nessa questão no debate anterior, dessa vez foi ainda pior.

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Outro tema que não poderia escapar foi o episódio de Roberto Jefferson. Lula tentou ligar o nome do ex-deputado a Bolsonaro. O presidente foi rápido na refutação. Lembrou que foi Jefferson quem denunciou o Mensalão no governo petista. Comentou ainda que declarou imediatamente após o ocorrido que a atitude dele havia sido a de um bandido. Bolsonaro perdeu um pouco a atenção da audiência quando leu muitos itens a respeito da saúde e de um plano de governo do PT. A leitura desses dados se torna cansativa e pode tirar a concentração do público, ainda mais na televisão.  Os dois administraram bem o tempo. E se comportaram de forma correta diante das câmeras. Dessa vez, Bolsonaro soltou os braços e se valeu de maneira mais apropriada da gesticulação. Um dos erros do presidente foi ter chamado o adversário de ladrão, mencionando várias vezes que ele desviou recursos e citando o seu nome. Com isso, permitiu que o petista conseguisse alguns direitos de resposta. Embora o ex-presidente não tenha aproveitado bem essas oportunidades.

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Quem está assistindo ao debate, reclama que um candidato poderia ter dado respostas diferentes, ou atacado com outros argumentos. Na hora do embate, entretanto, sabendo que há uma multidão assistindo, o raciocínio nem sempre é tão claro e as ideias demoram um pouco para se organizar. Em situação normal, por exemplo, Bolsonaro jamais diria que estava se candidatando à reeleição para deputado. São deslizes que ocorrem principalmente por causa do nervosismo.

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Por isso, treinou da melhor maneira que pôde para ter desempenho mais eficiente do que teve nos confrontos anteriores. Lembrando que em um deles se perdeu na administração do tempo, e no outro ficou discutindo desnecessariamente com o padre Kelmon. Na melhor das hipóteses o petista sobreviveu. Talvez não tenha perdido tantos eleitores assim, mas em uma campanha tão acirrada, qualquer perda é perda e qualquer ganho é ganho. E essa diferença poderá representar a derrota ou o sucesso no próximo dia 30.” (Reinaldo Polito é um escritor e colunista brasileiro. Escreve sobre a “arte de falar em público e atualmente é Presidente Emérito e ocupa a cadeira número 03 da Academia Paulista de Educação e a cadeira número 36 da Academia Araraquarense de Letras).

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