Percival Puggina começa e J. R. Guzzo termina:
“O excesso de poder tem caracterizado a ação dos nossos tribunais superiores, fazendo-os cair no desagrado de ampla maioria da sociedade brasileira, notadamente entre os que mantêm pela Liberdade profundos sentimentos de afeto. Sim, eu sei, afetos não fazem necessariamente o bom Direito, mas, cá entre nós, menos ainda o produzirão os desafetos, quando falamos de indivíduos livres e de liberdade. E as vítimas dos desafetos – coitadas! – andam por aí, ou no exterior, com marcas na paleta. O bom estado de direito tem mecanismos para atenuar excessos de poder. Nossos constituintes foram zelosos nisso porque muitos deles experimentaram efeitos de sua escassez durante os governos militares. Exatamente por isso, “com todos os cuidados”, diante do que aprendi do tempo passado, não posso omitir a advertência que aqui faço.
Valho-me, uma vez mais, de palavras da ministra Cármen Lúcia para perguntar: num passo a passo de medidas “excepcionalíssimas”, é para a censura que estamos “desbordando”? Não! Estamos “desbordando ou configurando” uma tirania que já sufoca tantas vozes enquanto arremeda, sem qualidade literária, o ministério da verdade descrito por George Orwell. A “higidez e a segurança” dos direitos individuais estão comprometidas e isso deveria fazer com que fossem “reformuladas imediatamente” essas periódicas emanações totalitárias. Tiranos só têm urgências. Para eles, tudo tem que ser feito ao seu modo e imediatamente. Daí os prazos com a exata medida da impaciência. Daí a “colegialidade” transformada em conivência. Daí a concentração de poderes, fazendo do tirano verdadeira esponja de competências, prerrogativas, instrumentos, recursos e tudo mais que necessário seja.
Já seria ruim só por ser assim. Mas fica pior quando se vê instalada em setores da sociedade, como consequência, verdadeira dispersão sobre o que sejam estado de direito, democracia e liberdade. Por isso, é preciso drenar os excessos absorvidos pela esponja para restaurar, “com todos os cuidados”, limites ao uso destemperado do poder. (Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor). Terminando com o artigo A CENSURA NÃO USAVA DISFARCE de J. R. Guzzo:
“Em momento nenhum o antigo censor dizia que estava ali “em defesa da democracia”. Estava ali com o único propósito de impedir que a revista publicasse coisas que o governo não queria. A censura do AI-5, à qual estiveram submetidos diretamente a revista Veja, O Estado de S. Paulo e outros veículos de imprensa, era mais honesta em seus propósitos, mais clara para os censurados e mais inteligente do que a censura praticada hoje pelo ministro Alexandre Moraes e os seus colegas do STF. No caso específico de Veja havia um censor que se apresentava como censor — era um delegado da Polícia Federal, e mostrava a sua carteira de serviço se alguém lhe pedisse identificação. Comparecia pessoalmente à redação da revista em São Paulo, na Freguesia do Ó, na manhã dos sábados, o momento em que todas as matérias da edição semanal estavam escritas. Ia a uma sala do 7º andar do edifício e lia os artigos de política, ou de algum outro assunto que quisesse ler. Quando queria censurar alguma coisa, dizia: “Corta este trecho que vai daqui até ali. Corta este também. Não pode deixar em branco os pedaços cortados; tem de escrever alguma coisa para pôr no lugar”. Quando o censor acabava de ler tudo, descia até o estacionamento, entrava em seu carro e ia embora — até voltar no sábado seguinte, na mesma hora.
Nunca, em momento nenhum, o censor disse que estava ali “em defesa da democracia” ou para combater “atos antidemocráticos”; dizia, claramente, que estava ali com o único propósito de impedir que a revista publicasse coisas que o governo não queria que fossem publicadas. “Isso aqui está vetado”, informava ele. Não perdia um minuto explicando que era “fake news” ou “ameaçava as instituições” — na verdade, não dava a mínima se era verdade, mentira ou o raio que fosse. Só dizia que era proibido publicar porque o governo estava mandando, e pronto. Os cortes feitos na sala do 7º andar sempre eram obedecidos — se por acaso fosse impressa alguma coisa censurada, qualquer coisa, a edição toda seria apreendida na boca da máquina, na distribuidora ou nas bancas. Era, acima de tudo, um processo altamente eficaz: não saía nada que o censor tivesse mandado cortar. Com o tempo, a redação ia se cansando de escrever, ser censurada e ter de escrever de novo. Passou, então, a não fazer mais as matérias que, segundo se imaginava, poderiam ser censuradas. Era a vitória final da censura; quase não se precisava do censor a essa altura.
A censura em Veja acabou no dia em que o governo resolveu que deveria acabar; a “sociedade civil” não teve nada a ver com isso. O secretário de imprensa da Presidência da República chamou a Brasília o diretor de redação e informou que a partir do próximo sábado o homem da Polícia Federal não viria mais. Disse também que a revista deveria tomar cuidado com o que fosse publicar — entendeu? Foi isso. Não houve inquérito ilegal nenhum. Não houve ameaças histéricas de ministros obcecados com notícias “falsas”. Não houve marechais de campo da democracia dizendo que a liberdade de expressão tem limites e não pode “ser usada” se o STF achar que ela prejudica o “estado democrático de direito”. Não houve manifestos de “personalidades”, nem jornalistas, se declarando a favor da censura. Não houve a hipocrisia rasteira que sustenta hoje a violação da liberdade de imprensa. Censura, então, se chamava “censura”. Era muito mais claro.” (José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos jornais O Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, publicação da qual integra também o conselho editorial).
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No DIA 22 DE SETEMBRO DE 2022 o livro “RANDOLFE O RÍdiCULO” foi disponibilizado para venda através dos sites amazon.com.br e americanas.com.br a fim de fazer parte das bibliotecas públicas, privadas e dos brasileiros que ainda apreciam o LIVRO IMPRESSO. Quem tiver interesse é só entrar nos referidos sites e em busca digitar “RANDOLFE O RIDÍCULO”.
Minha esperança é que sobreviva por muitos anos e de vez em quando seja consultado como um registro histórico da conduta desequilibrada e malevolente de um SENADORZINHO DE MEIA TIGELA ou MEIA PATACA como se dizia antigamente, que USOU e ABUSOU da SUPREMA CORTE BRASILEIRA para prejudicar e caluniar pessoas físicas, jurídicas, públicas e privadas com a prática de crimes tipificados como usurpação de função pública, fraude processual e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, acendendo um estopim que culminou com a CENSURA IMPOSTA a EMPRESÁRIOS e à JOVEM PAN RÁDIO, TELEVISÃO E PLATAFORMAS DE INTERNET.
Dia 22 DE OUTUBRO DE 2022 foi disponibilizado GRATUITAMENTE e AQUI e AGORA, apenas com um clique, pode ser lido e compartilhado para FAZER CÓCEGAS NO RACIOCÍNIO DE PESSOAS INTELIGENTES! Mãos à “OBRA” e que DEUS NOS PROTEJA A TODOS! (Johil Camdeab Abreu – RECORDISTA DE MEMES DO BRASIL):
https://politicatipica.com.br/wp-content/uploads/2022/10/10-LIVRO-DE-RANDOLPH-2.pdf
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