QUEM QUER SER PRESIDENTE?

“Existem, hoje, 33 partidos políticos e mais de 50 se organizando para solicitar registro. Uma canalhice.

Fala-se que não existem políticos decentes, nem líderes nacionais. É evidente que existem milhões de mulheres e homens, em todo o pais, dignos e competentes, que, se eleitos, exerceriam seus mandatos com notável desempenho. Não se candidatam pelo simples fato de serem decentes e se negarem a participar de partidos pobres de propostas e moralmente podres pela ação da maioria dos seus membros dirigentes.

Os partidos se transformaram em balcões de negócio, não de discussão de temas centrais na política. Também servem para registrar candidatos, que se curvam de maneira ignóbil na busca de seus registros e de parcelas do fundo eleitoral, gerenciado pela direção partidária.

Poucos políticos são favoráveis à proposta de permitir a eleição de candidatos sem partido, vedado pela atual Constituição. A solução seria a observação da Convenção de Costa Rica, de 1969, aprovada pelo Congresso brasileiro em 1992. A Convenção Americana de Direitos Humanos, no seu artigo 23, declara: “todo cidadão deve ter o direito de votar e ser eleito em eleições periódicas autênticas”. De acordo com a Constituição os tratados internacionais de direitos humanos, assinados e ratificados pelo Brasil, tem o mesmo valor jurídico que emendas constitucionais. Precisamos nos mobilizar para que o Supremo Tribunal Federal, formalmente, se manifeste.

Desta forma, centenas de excelentes cidadãs e cidadãos se apresentarão para representar o povo, em todos os níveis, melhorando sensivelmente a qualidade das decisões legislativas. Os governantes poderão ser escolhidos entre os melhores cidadãos, homens e mulheres honestos com sentimento da responsabilidade histórica dos seus mandatos.

Vamos construir uma alternativa de ação para sairmos deste caos em que os políticos e os partidos nos meteram.” (Texto de Eurico de Andrade Neves Borba, ex-professor da PUC RIO e ex-Presidente do IBGE).