“O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, não economizou frases de efeito para descrever a posição de chefia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de corrupção da Petrobras.
“Comandante máximo do esquema” e “verdadeiro maestro da orquestra criminosa” foram algumas das tantas locuções adjetivas atribuídas a Lula durante a coletiva que detalhou a denúncia oferecida contra ele, sua mulher, e mais seis pessoas ao juiz Sergio Moro. Em uma longa explanação, Dallagnol imputou ao ex-presidente e ao seu partido, o PT, a coordenação não só do petrolão, mas da “propinocracia”, palavra criada por ele que significa “governo regido pela propina”. Por meio de seu advogado, Cristiano Zanin, o petista negou todas as acusações e classificou as falas do procurador como “deplorável espetáculo de verborragia“. (Eduardo Gonçalves – Veja.com).
“Dallagnol disse que Lula estava acima de todas as autoridades envolvidas no esquema. “O petrolão, depois do mensalão, deixa claro que o comandante do esquema não era José Dirceu e sim alguém que estava acima de Jose Dirceu. Só havia possibilidade de o comandante estar acima, e aí estava o verdadeiro maestro dessa orquestra criminosa”.
“Dallagnol descreveu Lula como o “comandante máximo” e o “grande general” do esquema de corrupção da Petrobras. “Essas provas demonstram que Lula era o grande general que comandou a realização e a continuidade da prática dos crimes com poderes para determinar o funcionamento e, se quisesse, para determinar sua interrupção”.
“O coordenador da Lava Jato em Curitiba também caracterizou Lula como “aquele que foge da cena do crime após matar a vítima e busca depois calar testemunhas”.
“Segundo o procurador, o ex-presidente era a única figura que tinha condições de reunir todas as forças e agentes necessários para manter o petrolão em funcionamento. “A conclusão inequívoca era de que Lula era o elo comum e necessário entre o esquema partidário e o de governo. O elo evidente de todas essas pessoas, inclusive de fora da estrutura partidária era Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.”
“Para o procurador, o esquema de corrupção na Petrobras é apenas uma parte do que ele chamou de “propinocracia”. “Não se trata mais do petrolão. Estamos falando de propinocracia, ou governo regido pela propina. Lula era o comandante do petrolão e do que denominamos de propinocracia”.
“O procurador também lembrou do caso do mensalão, que junto com o petrolão classificou como “duas faces da mesma moeda”. “Desta vez, Lula não pode dizer que sabia de nada”.
“Segundo o Ministério Público Federal, foi Lula o responsável por nomear os diretores da Petrobras que cobravam propina das empreiteiras – muitos deles viraram réus confessos. “Lula estava no topo da pirâmide do poder. No período em que foi estruturado o esquema criminoso do petrolão, foi Lula que deu provimento aos altos cargos da administração pública federal”.
“Eduardo Cunha vai responder a 11 frentes de investigação. E agora, sem o foro privilegiado, vai cada uma para um tribunal. Ele já começou a desocupar o gabinete na Câmara e o apartamento funcional. Mesmo cassado, com essas investigações todas, Cunha mantém o tom de ameaça e ainda trocou farpas com o presidente do Senado.” (G1 – Bom Dia Brasil).
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