… tem muita festa no mar.
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Carolina Guimarães escreveu para o Brasil de Fato – Salvador (BA):
Sons das festas nos bares, apresentações de rodas de samba, capoeira e outras manifestações populares acontecem nas ruas; ambulantes passam com isopores de cerveja e flores. Na alvorada do dia 02, os primeiros presentes já são entregues por pessoas à beira da praia; mais tarde, saem as embarcações dos pescadores, com balaios carregados de flores, colares, espelhos e outras lembranças para a rainha do mar.
A tradição de homenagear a Orixá data do século XIX, de acordo com pesquisador Nelson Varón Cadena, autor do livro “Festas Populares da Bahia – Fé e Folia”. Originalmente, não se tratava de uma festa, mas de um ritual exclusivo dos filhos e filhas de santo. A data, 2 fevereiro, se consolidou em razão do sincretismo religioso que predominou nos primeiros anos da tradição: Iemanjá era identificada como Nossa Senhora das Candeias, do Rosário ou dos Navegantes.
Justamente por isso, ainda nas décadas de 1950 e 1960, a festa não tinha a popularidade e aceitação que tem hoje. “A classe média tinha um certo distanciamento de Iemanjá por conta do preconceito com o candomblé. Isso só começa a ser quebrado na década de 1970, principalmente”. Ainda segundo Cadena, os principais elementos para o que ele chama de “legitimação” da festa nas classes médias foram as produções artísticas e intelectuais que tematizam o 2 de fevereiro.
Além disso, a festa começou a atrair a atenção de jornais e revistas de outros estados, especialmente do Rio de Janeiro, que passaram a publicar artigos e fotografias contribuindo para que ela tomasse as proporções atuais. “Hoje a participação popular que se tem, dos moradores de Salvador é impressionante. Você vai lá 5 da manhã já tem uma quantidade enorme de pessoas fazendo fila. Pessoas de todo tipo, ricos, pobres, turistas, é uma participação muito ampla”.
IMPERDÍVEL!
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